Ilustração de Anna Silivoncik |
Todas as manhãs a ser noite,
Não há nada de eterno na Terra
A não ser a mudança, a fuga.
Mesmo o mais belo dos Verões anseia
Por conhecer o Outono, o definhar.
Aguenta-te, folha, mantém-te calma,
Quando o vento te quiser arrebatar.
Deixa estar, não tentes defender-te
Que aconteça o que tiver de ser.
Deixa o vento, que te arranca e parte,
De regresso a casa conduzir-te.
Hermann Hesse, in Elogio da Velhice