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19 de fevereiro de 2012

A opulência rota


Ilustração de Jacqui Faye

Elegância necessita-se, a aparência é essencial e criar uma imagem credível, que fica bem, que impressiona, que tem impacto e nos faz passar por pessoas admiráveis, com dinheiro, bem falantes e bem posicionadas socialmente é o objetivo da farsa social em que nos envolvemos.


Ilustração de Carl Cneut




Em cada época, porém, ressurgem vozes que gritam; espreitam os bastidores da opulência visível e desvendam sótãos degradados; voltam do avesso os fatos dos fidalgos e descobrem os bolsos rotos; coscuvilham os dividendos dos milionários e encontram onzeneiros usurários, a viver à custa do povo, do seu suor e miséria.

Ilustração de Sonya Wimmer


O teatro vicentino, tal como as suas personagens-tipo, é universal e intemporal. O cómico serve a crítica social. A fazer rir, ridiculariza-se e moraliza-se a sociedade: a pelintrice, as conveniências, a preguiça apaixonada por um marido rico, a fidalguia com os sapatos rotos e tantos e tantos outros tipos sociais e psicológicos a saírem de baixo do guarda-roupa. 

Eis uma síntese esquemática da crítica vicentina. Qualquer transposição para a atualidade é um exercício de lucidez!