Ilustração de Jacqui Faye |
Elegância necessita-se, a aparência é essencial e criar uma imagem credível, que fica bem, que impressiona, que tem impacto e nos faz passar por pessoas admiráveis, com dinheiro, bem falantes e bem posicionadas socialmente é o objetivo da farsa social em que nos envolvemos.
Ilustração de Carl Cneut |
Em cada época, porém, ressurgem
vozes que gritam; espreitam os bastidores da opulência visível e desvendam sótãos
degradados; voltam do avesso os fatos dos fidalgos e descobrem os bolsos rotos;
coscuvilham os dividendos dos milionários e encontram onzeneiros usurários, a
viver à custa do povo, do seu suor e miséria.
Ilustração de Sonya Wimmer |
O teatro vicentino, tal como as suas personagens-tipo, é universal e intemporal. O cómico serve a crítica social. A fazer rir, ridiculariza-se e moraliza-se a sociedade: a pelintrice, as conveniências, a preguiça apaixonada por um marido rico, a fidalguia com os sapatos rotos e tantos e tantos outros tipos sociais e psicológicos a saírem de baixo do guarda-roupa.
Eis uma síntese esquemática da crítica vicentina. Qualquer transposição para a atualidade é um exercício de lucidez!