Ilustração de May Ann Licudine |
Quanto mais rápido o movimento menos profundidade se tem das coisas, mais chapadas elas se nos mostram. As cidades tradicionais, pelo contrário, eram feitas para serem vistas de perto, com detalhe. O flanneur, de Baudelaire, vivia na rua como se estivesse em casa, fazendo do café a sua sala de visitas e da banca de jornais a sua biblioteca.
José Machado Pais, in Lufa-lufa quotidiana,
Ensaios sobre cidade, cultura e vida urbana,
Imprensa de Ciências Sociais, col. Breve Sociologia, 2010, 1ª ed., p. 35