Ilustração de Olimpia Zagnoli |
Como eu gostaria de sair da minha Biblioteca, mas, para isso, teria que sair de mim, porque eu próprio sou a Biblioteca. Como ela, não estou vivo nem estou morto, estou fechado dentro de mim como num labirinto ou como se fosse um livro antigo escrito numa língua desconhecida, que ninguém, nem mesmo a Morte é capaz de ler.
Manuel António
Pina, in História do sábio fechado na sua
biblioteca, Assírio & Alvim, 2009, p. 25