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Ilustração de Glenda Sburelin |
Enquanto nós
dermos à vida espiritual uma utilidade, qualquer que ela seja, ela ficará
sempre condicionada às nossas próprias aspirações, àquilo que nós próprios
transportamos. Na entrega, silenciosa e sem porquês, que uma criança oferece a
um brinquedo, nesse estar por estar, permite-se que a polifonia da vida se
liberte. Só entenderá o elogio do inútil quem perceber o significado, simples e
imenso, de um brinquedo.
Tolentino Mendonça, in “O elogio da inutilidade, Encontros do
Lumiar 2007-2008”, pp. 24-25