Ilustração de Margarita Sikorskaia |
Que misteriosa é esta coisa de se ser uma “pessoa”. (…) Como é que estabelecemos uma relação com alguém? Que é que define esse alguém? (…) Porque uma pessoa não é o feitio do corpo, a face, o modo de falar, de gesticular, de realizar toda a infinita maneira de se manifestar. (…) A última e definitiva realidade dela, aquilo dela com que estabelecemos as nossas relações é o indizível dela, que é aquilo para que falamos, que sentimos que ela é, a indefinível presença que está nela, o “espírito” que isso anima…
Vergílio Ferreira, in Conta-Corrente III, pp. 218-219