PLIM… PLIM… Lágrimas. Imaginem vê‑las cair dos olhos, e que dentro está a vossa mãe com rosto de menina, acariciando os cabelos, ajeitando‑os atrás de uma orelha. Imaginem que veem dentro delas os rostos e os lugares da vossa vida… as montanhas, com os céus encostados, autoestradas e passagens desniveladas, e árvores que nadam na água salgada de pequenas lágrimas. E rebentam no chão, salpicando tudo à volta. Para não mais voltar. Tudo transbordou dos diques dos olhos, e escapou.
Para sempre. Como a história que está para começar.
Gabriele Picco, in As coisas que te caem dos olhos, Prólogo