Ilustração de Raphaël Vavasseur |
A amizade não se alimenta de encontros episódicos ou de feitos extraordinários. A amizade é um contínuo. Tem sabor a vida quotidiana, a espaços domésticos, a pão repartido, a horas vulgares, a intimidade, a conversas lentas, a tempo gasto com detalhes, a risos e a lágrimas, à exposição confiada, a peripécias à volta de uma viagem ou de um dia de pesca.
A amizade tem sabor a hospitalidade, a corridas atarefadas e a tempo investido na escuta. A amizade enche a casa de perfume (cf. Jo 12,3).
Tolentino Mendonça, in Nenhum caminho será longo, Para uma teologia da amizade, Paulinas, 2012, p. 108