Ilustração de Katya Dudnik |
A espuma das ondas, batendo ora mais à direita ora mais à esquerda, entornava-se como se derramada pela borda de gigantesca bacia, e era aí, na espuma, que ele estava, correndo de um lado para o outro, indo e vindo, como se tivesse traçado um limite na terra que só ele via. O que pensar de tudo quanto estava a suceder?
Lídia Jorge, "Espuma da tarde", in Marido e outros contos, D. Quixote, 2008, 5ª ed., pp.69-70