O problema era que a chuva desarranjava tudo e nas máquinas mais áridas brotavam flores entre as engrenagens se não fossem oleadas todos os três dias, enferrujavam os fios dos brocados e nasciam algas de açafrão na roupa molhada. A atmosfera era tão húmida que os peixes teriam podido entrar pelas portas e sair pelas janelas, navegando pelo ar das divisões da casa.
Gabriel García Márquez, in Cem anos de solidão, D. Quixote, 2009, 26ªed., p. 320