A minha posição de leitora é a de adesão a As Pequenas Memórias, tal como o
narrador se extasiou com um peixe de água doce que não chegou a pescar.
Dedicou-lhe, porém, o silêncio, a espera, a contemplação que o tornaram único
no mundo, como o principezinho para a raposa em Saint-Exupéry: “Não creio que exista no mundo um silêncio
mais profundo que o silêncio da água. Senti-o naquela hora e nunca mais o
esqueci. (…) De uma maneira ou de outra, porém, com o meu anzol enganchado nas
guelras, [o peixe] tinha a minha marca, era meu” (p. 86).
Mulher ou peixe Ilustração de Jaroslav Betehtin |
Também o livro As Pequenas
Memórias passou a fazer parte da minha vida de leitora. É meu. Ao contrário
de “aquele barbo” do narrador,
pesquei-o!
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