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18 de abril de 2014

Fé e poesia

Ilustração de Laimonas Smergelis


A fé alimenta-se muito daquela pobreza extrema, esse modo pobre que é a poesia. No fundo, o estar sempre a começar. Cada poema é um início. Como o estar sempre perante o branco, perante o silêncio, perante o não saber. E recomeçar. A fé alimenta-se muito disso, porque a fé não é o acumulado do ontem, mas é viver no aberto da esperança e do corpo, do nascer e do morrer, do amor e da fragilidade. E no fundo a escrita treina-me para a sucessão de começos que a vida é nas suas várias dimensões.


Tolentino Mendonça, in "Estante", Fnac, nº 1, primavera 2014, p. 23

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