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13 de junho de 2013

Aniversário de Fernando Pessoa

Se tal fosse possível, Fernando António Nogueira Pessoa faria hoje, dia de Santo António, 125 anos.

Para além de republicarmos as palavras de Óscar Lopes sobre Sinceridade e fingimento em Pessoa,  recordamos, no Portefólio de Leituras, textos do ortónimo e dos heterónimos que aqui têm sido publicados ao longo do tempo.

Autopsicografia              
Pessoa, desenho de Júlio Pomar

Isto

Ela canta, pobre ceifeira

Sonho. Não sei quem sou neste momento

Entre o sono e o sonho

Sabes quem sou? Eu não sei.

 O menino de sua mãe

Gato que brincas na rua

Chove. É dia de Natal.

Aniversário

Alberto Caeiro

Sinceridade e fingimento

Ilustração de Danilo Martinis
A poesia de Fernando Pessoa é essencialmente irónica, no velho sentido socrático da palavra "ironia", a arte de pôr tudo em questão. Nele se descose e se problematiza muito do que fora tido até certa altura como fundamental em poesia. A principiar pela própria sinceridade poética. A sinceridade era antes de Pessoa o argumento irrespondível de um lirismo já falhado sem se dar por isso. O que Pessoa desvenda, e a meu ver não tanto por análise abstracta como pela comunicação poética da sua psicologia dilacerada, é isto: fingir e ser sincero são os dois pólos necessários da arte.

Óscar Lopes, in Fernando Pessoa, Ler e Depois