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15 de março de 2013

Panteísmo


Ilustração de Asako Eguchi

Os Antigos viam Deus por detrás de cada erva, cada pedra, cada nuvem, cada criança que nascia. Tudo era apenas visão e voz, outra voz: a Natureza falava. O vento que passava nas folhas das árvores, a espuma do mar, o silêncio, o aroma...tudo era rasto da Sua presença. E existiam rituais que introduziam o mito na realidade e o tornavam parte da vivência diária. A arte era o espelho dessa íntima relação, era o produto do seu encantamento, era a testemunha e o motor dessa magia. "Um homem é um deus mortal, um deus é um homem imortal", disse Heraclito. Como se costuma explicar às crianças, os deuses fizeram os homens e os homens fizeram os deuses.

Rui Chafes, "O perfume das buganvílias 17" , in Entre o céu e a terra, Documenta, 2012

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