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18 de setembro de 2012

O universo bocagiano e o locus horrendus

 
Ó retrato da Morte! Ó Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro há tanto!
Calada testemunha de meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!

Pois manda Amor que a ti somente os diga
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel que a delirar me obriga.

E vós, ó cortesãos da escuridade,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos, como eu, da claridade!

  



 Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
                                                Quero fartar o meu coração de horrores.
  

Bocage

7 comentários:

  1. É sem dúvida um poema baseado na noite e na morte, onde o sujeito poético afirma com convicção que só neste meio se sente compreendido. Aliás, podemos associar a imagem repetida do mocho com a afirmação que este faz a respeito dos cortesãos da escuridade, os seres fantasmagóricos, que são parte intregante dos seus clamores. Acabando por mostrar que tem necessidade de sentir tudo com imensa intensidade.

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  2. Este soneto de Bocage apresenta-nos uma atracão pela morte, pela noite, pelo escuro, pelo horrendo, pelo fantasmagórico. O sujeito poético sente-se à vontade com este tipo de ambiente, pois sofre pelo Amor e a noite é a única confidente que ele procura. Neste ambiente entram os seres maravilhosos, como os fantasmas, as rãs, o rouxinol os mochos.. É aqui que ligamos as imagens ao poema, pois as imagens apresentam-nos um dos seres fantasmagóricos onde o sujeito poético encontra estabilidade. Este não quer sair do ambiente, quer continuar no escuro, no seu enorme pranto.

    Filipa Eça Fonseca, nº13, 11º6

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  3. Neste poema a relação entre as imagens e o soneto é sem duvida a mais certa, porque este poema faz-nos ver o outro lado do obscuro, faz-nos ver a noite por dentro e conhecer os amigos da noite, é sem duvida um poema de horror e os mochos são sem duvida um animal da noite, da morte, do horror de tudo o que se liga ao lado mais obscuro da noite.

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  4. Este poema mostra com clareza que o sujeito poético tem gosto pela solidão e pela noite, pois prefere estar apenas com a noite, a sua única confidente. O egocentrismo também está presente, visto que o poema é centrado no "eu" poético. O sujeito poético revela ainda os seus sentimentos, tendo em conta que é um homem de muitas mulheres.O maravilhoso horrendo e os seres sombrios que isto implica, tais como os mochos e os fantasmas, estão também evidenciados. É aqui que se estabelece uma relação entre o poema e a imagem de um mocho a aproveitar a sua desejada escuridão.

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  5. Na minha opinião, as imagens estão directamente relacionadas com o tema do poema, ou seja, a noite e o gosto pela escuridão. Sendo este um poema maioritariamente constituído por elementos pré-românticos(como a exacerbação dos sentimentos e o egocentrismo), o principal elemento é o emprego dos " fantasmas vagos", dos " mochos piadores" que irão ajudar o sujeito poético a "fartar" o seu coração de horrores.Ao mesmo tempo, estes " fantasmas" remetem a paisagens lúgubres, obscuras, o ambiente próprio destes animais. Daí a ligação entre as imagens e o poema.


    Lenise Rosário,nº19,11º6

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  6. A relação entre as imagens e o poema é clara. Apesar da existência de outras características típicas dos sonetos bocageanos ,as mais evidentes e que se relacionam directamente com as imagens são o maravilhoso horrendo e o 'locus horrendus'.
    O uso do vocabulário do maravilhoso horrendo como , "fantasmas vagos" , "mochos piadores" relaciona-se com as imagens dos mochos enquanto que o ambiente do 'locus horrendus' (morte , escuridão , pranto , desgosto , cruel , escuridade , horrores...) também se relaciona mas devido á cor escura de fundo e á presença da lua ( relaciona-se com a noite).


    Ana Pinto , nº3 , 11º6

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  7. Este poema de Bocage é baseado na morte e na noite, fazendo dele um poema pré-romantico. Este poem está tambmbém associado à imagem dos mochos, pois este animal está ligado à noite. O sujeito poético encontra-se feliz e descançado por estar num lugar tão escuro e sombrio pois sente que só aí é entendido e que apenas a noite é a sua confidente. O sujeito poético evoca também os fantasmas "Fantasmas vagos". Todos estes elementos criam o "locus horrendus", uma atmosfera escura, melancolica e sombria.

    Daniela Mota nº10, 11º6

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