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1 de abril de 2012

A uma cerejeira em flor

Ilustração de Silvia Lugli



Acordar, ser na manhã de abril
a brancura desta cerejeira;
arder das folhas à raiz,
dar versos ou florir desta maneira.

Abrir os braços, acolher nos ramos
o vento, a luz, ou o quer que seja;
sentir o tempo, fibra a fibra,
a tecer o coração de uma cereja.


Eugénio de Andrade

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